Enquanto o mundo acelera rumo a veículos elétricos, hidrogênio verde e energias renováveis, um setor crucial definirá o efetivo ritmo dessa transição: a mineração.
Em um evento apropriadamente intitulado “Descarbonização no contexto atual: oportunidades para o setor mineral?”, promovido no final de março pela Revista Brasil Mineral, Paulo Eduardo Pinto foi o responsável pela moderação do painel sobre o Uso de Energias Renováveis. Na ocasião, executivos e lideranças do setor revelaram como a extração responsável de minerais críticos, por exemplo, lítio, níquel e terras raras, contribui para reescrever algumas regras da economia global.
A demanda por esses minerais, essenciais para tecnologias limpas, deve quadruplicar até 2040, segundo preconiza a International Energy Agency (IEA). Mas números impressionantes escondem dilemas complexos: como trabalhar a descarbonização de um setor responsável por 7% das emissões globais enquanto ele próprio alimenta a pretensa “revolução verde”?
Alguns cases reais contribuem com algumas respostas. A Aclara Resources mostra ser possível extrair terras raras sem o uso de explosivos, barragens de rejeitos ou resíduos líquidos em um método que reutiliza 95% da água e recupera 99% dos reagentes. “Não somos uma mineradora tradicional, mas uma empresa de tecnologia que reinventa a mineração”, declarou José Palma, vice-presidente executivo da empresa.
Já a Meteoric, com projetos no estado de Minas Gerais, evidencia que o diálogo com comunidades locais é tão vital quanto a inovação técnica. “Mostramos que sustentabilidade não é um custo, mas um investimento em licença social para operar”, explicou a diretora de ESG, Carolina Marci.
Enquanto isso, a Ilian Energias Renováveis traz um exemplo concreto de impacto: seu parque solar Irecê Fase 1, na Bahia, evitará a emissão de 50 mil toneladas de CO² por ano – equivalente ao plantio de cerca de 300 mil árvores. “Energia renovável já é mais barata que fontes fósseis. O desafio é vencer a lentidão regulatória”, destaca José Eduardo Zampieri, diretor financeiro da empresa.
Mas nem tudo são avanços. O Brasil enfrenta uma grande contradição: lidera a transição energética na América Latina, ocupa a 12ª posição global no Índice de Transição Energética, mas não tem certificações ISO 50001 (eficiência energética) em mineração – um ponto crítico frente a países como o Chile e Alemanha. “A burocracia estrangula a inovação. Precisamos de políticas que acompanhem a velocidade do mercado”, alertou o palestrante convidado para a abertura do evento, Wilson Brumer.
Para Paulo Eduardo Pinto, a solução passa, necessariamente, pela governança colaborativa: “Sociedade, governos e empresas precisam se conscientizar de suas atribuições e responsabilidades, assim como dos custos inerentes ao processo de descarbonização para a efetiva captura de benefícios ambientais e de vantagens competitivas em um mercado que valerá muito nos próximos anos.”
O TSX Group posiciona-se como facilitador desse processo por meio de entregáveis convergentes com as definições estratégicas de seus clientes mediante análises de viabilidade, planejamento e implementação de projetos de capital pelo uso de melhores práticas universais, seja no ambiente da mineração ou em setores como infraestrutura, siderurgia, energia e real state. “Não oferecemos consultoria, mas assessoramento executivo e atividades de hands-on”, resumiu Paulo Pinto.
O debate deixou claro que a mineração sustentável caminha ao encontro de um mundo que evoluirá gradualmente para menores emissões de carbono, restando ponderar os esforços frente aos complexos e extensos desafios ainda a serem envolvidos nesta seara.
Para assistir à gravação completa do painel e descobrir como transformar riscos em oportunidades estratégicas, acesse o link:

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